Vivemos tempos altamente ansiosos. Com o perdão da redundância. Digo isso porque todos que estamos vivendo estes dias conseguimos perceber nitidamente que está no DNA da sociedade, a escandalosa e constante apreensão em relação ao ontem. Sim, ao ontem; afinal o hoje e o amanhã basicamente já está incutido automaticamente no funcionamento corrente. O que quero dizer com as hipérboles prévias é que nossa sociedade vive constantemente doente, e o grande problema, é que de tão frequente, muitos nem ao menos sabem que de fato passam por avaria. Dentro deste contexto temos diversas pessoas vivendo em sofrimento, com dificuldade para organizar pensamentos, ideias, planos; acreditando que isso é normal, desenvolvendo diversos sintomas somáticos, e consequentemente caindo de pé, uma corrosão psíquica, sem ao menos entender a razão. Claro que quando levamos em consideração estas ideias, devemos nos lembrar que um conjunto de coisas desenvolve as síndromes ansiosas, desde pequenas escolhas, até grandes atos, que prendem as pessoas em cabrestos. Exemplos são a escolha de uma carreira, de um cônjuge, de um local pra viver, de uma briga para comprar, enfim, são coisas que uma escolha é feita, e como uma reação em cadeia, você pode se ver preso a situação e ter extrema dificuldade para lidar com tudo, e consequentemente, viver aguardando um amanhã, onde você encontrará Pasárgada de Bandeira, mas sabendo conscientemente, que seus passos não têm refletido sobre seus sonhos.
Pois bem, essa desorganização psíquica, gera diversos efeitos emocionais funcionais, tanto por um componente neurobiológico, com neurotransmissores (os efetuadores de funções no cérebro) sem trabalhar direito, bem como por comportamentos que refletem uma disfuncionalidade.
Desta maneira não se pode de maneira alguma se privar de um tratamento adequado, para voltar a velocidade normal, a vivência do hoje, a altivez para suas demandas, e o entendimento de que a vida pode ser vivida de uma maneira mais alegre (e se não pela felicidade), mais despreocupada.
Recentemente acompanhei minha esposa ao oftalmologista, e ela me convenceu a passar em consulta também, e qual não foi minha surpresa? Descobri que com meu olho esquerdo, enxergo pouco mais que alguns tons de cores, tão subjetivos quanto uma obra de Dali. Desde então comecei a usar o óculos e percebi o quanto poderia estar enxergando melhor o mundo e entendendo melhor as coisas, contudo, até alguns meses atrás nunca me atentei do real prejuízo que eu vinha sentindo.
Meus amigos, muitos estão dentro desta condição, e justamente por isso que necessitam de amparo.
O psicólogo certamente irá te ajudar a entender aonde você se encontra, o porque se encontra lá, e a estratégia para se reinventar. Lembro: isso não é instantâneo, logo a paciência também é virtude no tratamento.
E com essa desregulação tamanha, muitas vezes a medicação também será necessária, para que a terapia, e os novos aprendizados, possam ser absorvidos de forma mais adequada, e consequentemente os ganhos possam ser substanciais.
Trago aqui, apenas algumas pinceladas sobre a ansiedade, mas como vou sempre lembrar aqui, cuidar da saúde mental é uma delícia, e transforma completamente a essência do viver!
G.H.G.O
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